sábado, dezembro 31, 2005

Balanço de fim de ano

A exemplo de todas as retrospectivas que a gente vê por aí (e, em especial, um texto que li no blog do Diniz - cujo link está aí no canto direito da tela) resolvi fazer aqui uma reflexão acerca do que 2005 representou para mim. É uma coisa egocêntrica, mas lê quem se interessar.

1 - Das coisas que vi que não adianta mais fazer (murros em ponta de faca):

- Jorge Ben tem uma canção chamada "Minha teimosia, uma arma pra te conquistar". Eu vou escrever uma chamada: "Minha teimosia, uma arma pra me embucetar". Teimei, teimei, insisti. É verdade que com a prudência (cagaço) que me é peculiar. Mas nos poucos avanços que fiz, levei um "não" mais categórico que outro. Tudo bem que insisti nas garotas mais improváveis, aquelas que eu cismei que amava mesmo sabendo que cagavam pra mim. Não disfarcei que ainda gostava delas. Enfim, só agora é que caí na real, depois de anos ouvindo conselhos (inclusive da minha intuição) de que era melhor desencanar. E essa frase aqui, dita por ela em uma conversa recente no MSN - quando eu já tinha mesmo poucas esperanças - selou o tapa na cara que eu estava precisando levar desde o dia em que percebi que não gostava da minha amiguinha só como amiguinha: "Mas tudo passa e a gente tem que ser racional e esperto pra ver que nao deu".

OK, minha querida. Finalmente entendi que não deu. Talvez seja melhor assim. Preciso encontrar pessoas mentalmente compatíveis comigo, não só rostinhos singelos de menininhas e corpos interessantes. Espero estar realmente virando essa página da minha vida. Não é justo. Mereço ser feliz, porra.

- Esperar que algumas pessoas tenham responsabilidade. Me irritei demais esse ano com desinteresse dos outros pelas coisas que realmente importavam. Espero ser mais auto-suficiente em 2006 pra cuidar da minha parte e deixar o resto se foder. Detalhe: Irresponsabilidade e egoísmo minaram um pouco minhas amizades com algumas pessoas. E parece que eu sou o errado, ainda por cima! Não vou dar nome aos bois porque já passou e eu amo essas pessoas. Mas que é foda, é!

- Esperar reconhecimento e consideração de algumas pessoas. E ficar imaginando cenas mórbidas nas quais estou num caixão e tem uma porção de gente chorando em volta, com remorso por não ter ligado a mínima pra mim quando era vivo e ia atrás delas. Aliás, esse tipo de pensamento é mesquinho, patético e faz eu me odiar por ser tão pusilânime.

2 - Dos pensamentos obsessivos:

- Tudo o que podia ter sido e que não foi. Como a "andorinha andorinha, punhetas que bati" (livre interpretação do poema do Bandeira). Isso vale tanto para mulheres idealizadas quanto para ações equivocadas que tomei ou que não tomei.

- Corinthians, minha vida, minha história e meu amor. Muitos acham o futebol um instrumento de alienação (assim como a religião). Talvez seja mesmo, mas só eu sei o que o Corinthians faz dentro de mim. É minha família, é meu avô que ficou um pouco mais alcoolatra por causa dele, é a alegria, o assunto quando não há assunto. É olhar para o futuro e imaginar bebezinhos vestidos com a roupinha alvinegra no meu colo. E esse ano foi um ano normal para o corinthiano: sofrimento e, ao fim, triunfo.

- O futuro. E é estranho pensar numa coisa e logo em seguida sentir medo pela possibilidade que existe de ela não acontecer.


3 - Dos projetos que lograram e dos que malograram:

- Voltei pra casa. A maioria dos meus amigos acha isso uma bosta. Eu acho que a única desvantagem é ter perdido um pouco da liberdade que eu tinha em Bauru. Por outro lado, pra mim é mais cômodo estar em casa, no conforto, e de volta a São Paulo, que é uma metropóle. Bauru foi uma experiência interessante, aprendi pra caralho, descobri que estou deixando de ser moleque pra ser um homem, desses capazes de constituir família (embora ache que falta muito chão pra adquirir a capacidade organizacional do meu pai).

- Praticamente terminei a faculdade. Só falta a merda do TCC. Mas pelo menos não preciso ficar mais horas dentro de uma sala ouvindo um babaca falar e exaltar o próprio conhecimento.

- Conheci o Rio de Janeiro e mudei alguns conceitos. Me tornei menos xenófobo e preconceituoso.

- Comprei enfim minha cuiquinha artesanal (e tiro um som quase parecido com um ronco de cuíca dela). Comprei minha camisa do Noroeste de Bauru (pra lembrar da cidade e de uma porção de coisas). E ontem compramos uma TV legal e um DVD (não sou consumista nem materialista, mas precisávamos disso). Esse ano foi bom do ponto de vista aquisitivo, compramos também o computador, se bem que viciei tanto nele que não sei se está sendo uma boa pra mim e pro meu tempo, risos.

- Me relacionei melhor com as pessoas, de um modo geral. Descobri que tem gente que gosta de mim, ou pelo menos admira a minha postura e/ou o meu comportamento. Talvez eu não seja o cara apagado ou o picolé de chuchu que sempre achei que fosse. Mas uma coisa é certa: ainda sou melhor escrevendo do que falando. Preciso melhorar isso, porque às vezes as coisas que eu tenho receio de dizer em público são dignas de serem expressadas.

4- Das coisas que curti:


- Jorge Ben. Musicalmente, esse ano foi o ano dele na minha vida. E o "Tábua" virou uma bíblia pra mim.

- Anos Incríveis. Viciei no seriadinho. Talvez eu esteja compreendendo agora todas as coisas que o Kevin quis dizer. Mesmo ele sendo norte-americano, respeito e admiro as liçoes que ele me passou.

- Caetano, embora em menor escala agora no fim do ano. Mesmo o que é bom enjoa.

- Gonzaguinha. Também decaiu agora no fim do ano. E eu descobri que a gente não deve misturar prazer com trabalho. O TCC fracassado abalou um pouco minha relação com o falecido Gonzaga. Justo o que eu temia que acontecesse. Mas enfim...

- Originais do Samba. Descobri que o Mussum era bem mais do que o palhaço dos Trapalhões.

- Sin City. Um belo filme.

- Tirinhas dos Malvados (www.malvados.com.br) e o Filme do Bátima. Obrigado, André Diniz!

- Pornografia variada e vasta.

- Festas e reuniões nas quais joguei conversa fora com pessoas legais e inteligentes. Cito, em Bauru, as festas do Hilde e da Roberta. Aqui em Sampa, os passeios com a galera. E me desculpem se esqueci alguém ou algum lugar, mas é que foram muitos momentos agradáveis.


5 - Trocando em miúdos, o que sobra?

2005 encerra um ciclo na minha vida. Muita coisa ficou pra trás. É esquisito, mas boto fé que outras coisas bacanas virão. E espero que isso comece já em 2006.


Feliz ano novo para todos. É o que deseja o Sonhos e Clichês!

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

E que assim seja!
Belo apanhado de 2005. Nossas expectativas são sempre de um ano melhor em 2006, e que nos esforcemos para isso. Não apenas por nós mesmos, para para os que estão à nossa volta também. E o senhor, Deco, é um amigo muito bacana, te agradeço pela amizade, meu caro!!!!!! Um abraço!!!!!!

dezembro 31, 2005 9:24 PM  

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