domingo, agosto 17, 2008

Circula na Internet...

Recebi outro dia o seguinte e-mail:


Flor de Lis (verdadeira história)


Djavan teve uma mulher chamada Maria. Os dois teriam uma filha que se chamaria Margarida, mas sua mulher teve um problema na hora do parto e ele teria que optar por sua mulher ou por sua filha... Ele pediu ao médico que fizesse tudo que pudesse para salvar as duas, mas o destino foi duro e a mulher e a filha faleceram no parto. Agora é possível 'sentir' a letra da música. Conhecendo esta breve história passamos a ouvir a música sob novo contexto, entendendo como a dor pode ser transformada em poema e arte.


Flor de Liz
Valei-me, Deus!
É o fim do nosso amor
Perdoa, por favor, eu sei que o erro aconteceu
Mas não sei o que fez tudo mudar de vez
Onde foi que eu errei?
Eu só sei que amei, que amei, que amei, que amei...
Será, talvez, que a minha ilusão, foi dar meu coração
Com toda força, pra essa moça me fazer feliz
E o destino não quis me ver como raiz de uma flôr de liz
E foi assim que eu vi nosso amor na poeira, poeira
Morto na beleza fria de Maria
E o meu jardim da vida ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria, nem Margarida nasceu
E o meu jardim da vida ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria, nem Margarida nasceu...

É sabido que 90% das coisas que a gente recebe por e-mail são um apanhado de inutilidades, informações de procedência duvidosa, correntes bestas, propagandas políticas "assinadas por Joelmir Betting", piadinhas babacas de "autoria de Luís Fernando Veríssimo" ou crônicas imbecis "assinadas pelo Arnaldo Jabor". Muito embora as crônicas do Jabor sejam efetivamente imbecis, a gente sabe muito bem que o que nos chega por e-mail não foi feito por ele, nem pelo Veríssimo, nem por qualquer intelectual ou pseudo. Quer dizer... deveríamos saber. Ao ler esse e-mail sobre a música "Flor de Lis" (obra-prima do Djavan, na minha modesta opinião), eu não consegui sequer qualificar o autor como "criativo". O lance parece enredo de novela da pior categoria. O Djavan é obrigado a optar pela vida de uma suposta filha ou da suposta esposa e, no fim das contas, morrem ambas! Nem em Maria do Bairro eu vi uma estória tão trágica e comovente! Ou melhor, eu vi sim, em algum lugar. Clichezão batido.
Eu li a coisa e achei evidente que se tratava de uma história fajuta e muito mal elaborada, que nem em redação de escola eu fazia.
Mas qual não foi minha surpresa, entrei na comunidade do cantor no Orkut e li comentários como estes:


- será?!!!se for é uma canção mto profunda...

- po eu acho q é verdade sim, já ouvi esse papo!!se isso for mesmo verdade, eu sou mais fan ainda do q já sou do djavan... porque alem de ter conseguido descrever tudo oq passou numa poesia linda, tem a força ainda de cantar essas palavras como se a historia tivesse acontecido com outra pessoa e não com ele...ele é muito poeta msm, linda a letra da musica.. com esse significado então, tudo parece ter um sentido maior ainda!


Foram vários comentários como esses, e ficaremos apenas nesses dois. Surpreendente saber que o povo anda caindo em qualquer estorinha que circula por e-mail e isso me leva a um pensamento meio paranóico de que a internet seja um adequado método de controle de mentes e subjugo de multidões. Ok, menos, bem menos. Mas pô, broxei, estragaram Flor de Lis...

1 Comments:

Blogger well souza said...

Ow, dereco-Deco. Atentendo a pedidos, não serei tão enigmático nos comentários...

Bom, achei que é balela essa estória! Se isso tivesse mesmo acontecido, daria para gravar um CD todo com o turbilhão de sentimentos até hoje o afingiria...
E seria muita irônia dele deixar a galera "pagodear" essa música!
Mas enfim, vai saber...

Bom, no mais, vai-se indo...

agosto 18, 2008 5:01 PM  

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