Feliz é o Lobo Mau, que não tem amigos e come os inimigos
Nas horas de angústia e preocupação é que a gente vê quem são nossos amigos de verdade. Chavão, mas verdadeiro.
Esse lance de amizade e entendimento é uma coisa bem complexa, e você já começa a notar isso na mais tenra infância, quando as crianças são boas e cruéis ao mesmo tempo. O mesmo coleguinha que te coloca num círculo pode te escantear por causa de divergências ideológicas ou por te achar uma ameaça à liderança. Sim, crianças lutam pelo poder. E às vezes o fazem de forma mais suja do que os políticos tradicionais.
E as intriguinhas? E os jogos duplos? E as pessoas que fritam alguém numa roda de amigos para assumir o lugar da pessoa fritada?
No começo tudo é divino maravilhoso. Depois você descobre o monstro escondido dentro de cada ser humano, ainda que este se sinta no direito de se meter na tua individualidade e se auto-denominar "melhor amigo". Mas não culpo ninguém. Esse conceito de amizade/posse é inerente à raça humana, cheia de moralismo fétido. Amigos roubam juntos, fazem despedidas de solteiro juntos, influenciam-se mutuamente para o bem ou para o mal e, nas horas periclitantes, aprendem a separar as coisas - bem representado na expressão "Amigos amigos, negócios à parte". E o que poderia ser um negócio à parte? Comer a mulher do amigo, ainda que com dor no coração (mas com os testículos explodindo diante de tanta volúpia) ? Passá-lo para trás numa sociedade que anda mal das pernas? Fazer um pequeno caixa 2 com o dinheiro do fiel parceiro de estrada?
Sim, meus amigos. A fraternidade é uma coisa que tem sido pregada às cegas e sem disfarces, especialmente após as revoluções burguesas. O capitalismo exige que você cultive amigos, como quem cultiva plantas numa estufa. Mas perceba que os barões do café, os homens que estão no topo, os figurões que sentam atrás da mesa mais reluzente de um banco, esses... (ah!) ... Esses não tem amigos. Ou pelo menos não acreditam que tenham. Traficante também não tem amigo, tem comparsa.
E quando se morre, a visão bonita que fica é aquele monte de gente chorando na tua sepultura e fazendo vista grossa a todas as falhas de caráter que você apresentou em vida. No fim das contas, precisamos dos amigos pra isso: pra chorar no nosso funeral, pra nos visitar no hospital. Precisamos deles pra girar em torno de nós, quando estamos na pior ou numa ótima. O que nos resta de dignidade, apesar de sermos humanos, é controlarmos o egoísmo e tentar sentirmo-nos felizes ao fazer o mesmo pelo outro. Achar prazer na caridade. Dedicar nossas horas à amabilidade, à solidariedade, à dedicação e abnegação. Poucos conseguem isso? Muito poucos.
E isso porque a humanidade evoluiu. Na Idade Média eu entregaria um amigo à fogueira sem pensar muito, caso precisasse me safar de uma acusação de bruxaria. Políticos como o Sr. Zé Dirceu - os bodes expiatórios - eram sacrificados pelos amigos que detinham ( e muitas vezes conquistaram junto com eles) o poder. Mas não se tratava de degola política. Era degola física mesmo. Reis mandavam enforcar ministros que ajudaram-no a solidificar seus impérios e que, por alguma razão, representavam agora ameaça. E o que dizer de Stálin, que matou quase todo mundo que lutou com ele na Revolução Russa? Quem tem o Josef como amigo não precisa de ditador sanguinolento!
O que eu quero dizer é que o conceito de amizade é relativo. E, se por alguma razão, eu te chamar de amigo, desconfie: ou posso ter algum interesse escuso, ou realmente "te considero pra caralho", como dizem nos tempos modernos.
Enfim, feliz é o Amaury Júnior, que é amigo de todo mundo mas não é amigo de porra nenhuma.
Esse lance de amizade e entendimento é uma coisa bem complexa, e você já começa a notar isso na mais tenra infância, quando as crianças são boas e cruéis ao mesmo tempo. O mesmo coleguinha que te coloca num círculo pode te escantear por causa de divergências ideológicas ou por te achar uma ameaça à liderança. Sim, crianças lutam pelo poder. E às vezes o fazem de forma mais suja do que os políticos tradicionais.
E as intriguinhas? E os jogos duplos? E as pessoas que fritam alguém numa roda de amigos para assumir o lugar da pessoa fritada?
No começo tudo é divino maravilhoso. Depois você descobre o monstro escondido dentro de cada ser humano, ainda que este se sinta no direito de se meter na tua individualidade e se auto-denominar "melhor amigo". Mas não culpo ninguém. Esse conceito de amizade/posse é inerente à raça humana, cheia de moralismo fétido. Amigos roubam juntos, fazem despedidas de solteiro juntos, influenciam-se mutuamente para o bem ou para o mal e, nas horas periclitantes, aprendem a separar as coisas - bem representado na expressão "Amigos amigos, negócios à parte". E o que poderia ser um negócio à parte? Comer a mulher do amigo, ainda que com dor no coração (mas com os testículos explodindo diante de tanta volúpia) ? Passá-lo para trás numa sociedade que anda mal das pernas? Fazer um pequeno caixa 2 com o dinheiro do fiel parceiro de estrada?
Sim, meus amigos. A fraternidade é uma coisa que tem sido pregada às cegas e sem disfarces, especialmente após as revoluções burguesas. O capitalismo exige que você cultive amigos, como quem cultiva plantas numa estufa. Mas perceba que os barões do café, os homens que estão no topo, os figurões que sentam atrás da mesa mais reluzente de um banco, esses... (ah!) ... Esses não tem amigos. Ou pelo menos não acreditam que tenham. Traficante também não tem amigo, tem comparsa.
E quando se morre, a visão bonita que fica é aquele monte de gente chorando na tua sepultura e fazendo vista grossa a todas as falhas de caráter que você apresentou em vida. No fim das contas, precisamos dos amigos pra isso: pra chorar no nosso funeral, pra nos visitar no hospital. Precisamos deles pra girar em torno de nós, quando estamos na pior ou numa ótima. O que nos resta de dignidade, apesar de sermos humanos, é controlarmos o egoísmo e tentar sentirmo-nos felizes ao fazer o mesmo pelo outro. Achar prazer na caridade. Dedicar nossas horas à amabilidade, à solidariedade, à dedicação e abnegação. Poucos conseguem isso? Muito poucos.
E isso porque a humanidade evoluiu. Na Idade Média eu entregaria um amigo à fogueira sem pensar muito, caso precisasse me safar de uma acusação de bruxaria. Políticos como o Sr. Zé Dirceu - os bodes expiatórios - eram sacrificados pelos amigos que detinham ( e muitas vezes conquistaram junto com eles) o poder. Mas não se tratava de degola política. Era degola física mesmo. Reis mandavam enforcar ministros que ajudaram-no a solidificar seus impérios e que, por alguma razão, representavam agora ameaça. E o que dizer de Stálin, que matou quase todo mundo que lutou com ele na Revolução Russa? Quem tem o Josef como amigo não precisa de ditador sanguinolento!
O que eu quero dizer é que o conceito de amizade é relativo. E, se por alguma razão, eu te chamar de amigo, desconfie: ou posso ter algum interesse escuso, ou realmente "te considero pra caralho", como dizem nos tempos modernos.
Enfim, feliz é o Amaury Júnior, que é amigo de todo mundo mas não é amigo de porra nenhuma.
6 Comments:
Há quanto tempo, amigo! rsrsrs...
Belo texto... E acho que tem gente que se identificará fácil fácil...
Como andam as coisas?
Comigo o que anda reinando sobre quase tudo, inclusive sobre a amizade, é a falta de tempo...
Abração!!!
Bin
Vc naum recebeu nenhum cartão no dia do amigo?
Culpar o juros alto e meta de crescimento e inflação também é relaxo...srrsrs
Abraço
Ei, o dia do amigo é o dia de aniversário de morte do Renato Russo né?! Vou te mandar um cartãozim.. hehe... É muito bom ter amigos, é muito bom saber que podemos contar com eles pra qualquer coisa, e é legal entender que as vezes nem mesmo aquele amigo que mais te ama pode tá do seu lado. As vzs não servimos nem pra nos mesmo.. Eu sou felizarda quanto a amizades, tenho milhôes de amigos, de td jeito, amo tds. Desde os que tão lá em casa diariamente, os que me trazem remedinhos pro meu dente chato até aqueles que eu nunca vi pessoalmente. Amigo é td de bom messsmo!!
Agora mudando de assunto..
Eu nem sabia que ainda tinha um blog, atualizei assim que me toquei.
retirado do seu post:
"...E as pessoas que fritam alguém numa roda..."
Na sua já? rsrsrs
Amigo é aquele que consegue destrichar um texto inteiro à procura de trechos dúbios, só pra sacanear depois... =)
Abração, meu velho!!!!!!!
Amizade é relativa como qualquer outra forma de afeto...
Mas aquilo que te falei sobre situações ruins se resolverem ou simplesmente perderem a importância depois de um tempo continua valendo.
Bjs
O que é amizade?
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