domingo, junho 11, 2006

Das coisas que eu queria ser:

- Queria ser jogador de futebol, mas não tenho nenhuma habilidade e/ou coordenação motora para tanto. Além disso, seria discriminado e isolado num meio conhecido pela pouca instrução escolar. Um jogador acima da média ou se destaca positivamente fomentando a organização de grupos para reinvidicar direitos de classe (como o Dr. Sócrates e sua Democracia Corintiana), ou passa a ser mal-visto pelos companheiros por saber lidar melhor com o sistema - os "cartolas" do futebol - do que a massa boleira manipulável, acostumada ao paternalismo (como acontece com Ricardinho, eleito em pesquisa da Placar entre os jogadores e técnicos de futebol o jogador mais odiado do futebol brasileiro).


- Pensei em ser ator pornô. Mas não tenho pênis extra-descomunal, cem quilos de músculos nem gingado para a coisa. E principalmente: meus valores morais me impediriam. Mas a profissão não deixa de ser tentadora: ganham muito bem e sentem prazer literal - e "leiteral" - no trabalho. E depois da Bruna Surfistinha, a moda parece estar seguindo outros ventos. Mas enfim, não tenho mesmo vocação pra puto.


- O sonho de minha mãe: que eu fosse político. Que me filiasse a um partido, qualquer partido. Que fizesse carreira. E eu mesmo já me perguntei: por que não? Ora, eu sou um cara legal, idealista e honesto. Podia ser presidente da República, gravar meu nome na História, talvez por feitos positivos... Aí em seguida pensei: sou um péssimo administrador, sou ingênuo, não sou bom diplomata, sou manipulável e inseguro e pusilânime na hora de tomar decisões. E tenho um péssimo discurso e uma retórica limitada. Em suma, tenho todas as características de um estadista detestável. Para fazer um bom governo, teria de me cercar de pessoas competentes. Mas o que pode-se definir como "competentes"? E a governabilidade? O lance de fechar os olhos para coisas erradas e perder a parte para não perder o todo, fazendo concessões? Sou um homem que suportaria facilmente isso? Não, claro que não. Então, mamãe, "não quero ser prefeito, pode ser que eu seja eleito e alguém pode querer me assassinar". Não tenho vocação pra puto.


- Ator de TV, figura de mídia. Um rostinho bonito destituído de miolos. Ah, deixa pra lá, vai.


- Cineasta. Cineasta revolucionário, de estilo inconfundível. Produzir cenas antológicas para a Sétima Arte.


- Músico. Ah, isso sim! Tocar guitarra, bateria, baixo, violão, viola, violão de sete cordas, cavaquinho, pandeiro, cuíca. Na solidão do quarto tocar canções que embalassem minha alma cansada. Quem sabe até compôr. Poderia ser também um poeta. Mas nasci sem talento para poesia e para a música também. Pena. Eu seria um bom ídolo pra essa molecada.


Diante de toda a mediocridade e as pretensões de artista frustrado, só me resta ser o que sou: uma pessoa normal. Um homem comum.

1 Comments:

Blogger Mila said...

Tudo que vc não é Rafa é ser comum hauahuaa

junho 18, 2006 7:37 PM  

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