A maconha e a guerra civil
Esta noite:
Primeiro estava em casa e tinha um rolado uma festa muita estranha, com gente esquisita, como diria aquele finado cantor. Meu pai botou todo mundo pra fora e fiquei sozinho, quando vi que sobre a mesa havia vários cigarros estranhos, compridos e envoltos numa espécie de papel crepon branco. Na verdade, eram guimbas, mas ao lado havia um maço, como se tivessem industrializado a maconha (lembra dos cigarrinhos Marley's?). Estando sozinho e acometido por uma surpreendente fissura, acendi unzinho e pus-me a fumar. Deleitava-me com aquele baseado quando pintou sujeira. Era meu pai voltando para o recinto. Só deu tempo de sumir com o baseado que estava aceso na minha mão, mas os que estavam sobre a mesa lá permaneceram. Rezei mentalmente para que ninguém visse, meu pai passou os olhos por tudo e não disse nada. Ou fingiu que não viu, ou não ligou, ou não se tocou que aquilo era o que era. Também não viu que eu estava sob efeito e aí eu fiquei meio frustrado porque não estava mesmo sentindo nenhum efeito da erva. Pensei que ou aquela erva não era erva, ou era de má qualidade, ou não deu tempo de fumar a quantidade necessária. Esperei meu pai sair para fumar escondido, mas aí cortou para...
... o terminal de ônibus em Santana. Havia virado uma praça de guerra. De um lado, a galera que queria prestar FFLCH. Do outro, os "biólogos". Quem era de um lado, não podia circular pelo outro. Eu estava do lado dos biólogos e resolvi sair dali o mais rápido possível. O lado dos biólogos era aquele onde fica o Bingo Cruzeiro do Sul. Então segui pela rua que fica entre o bingo e o terminal, andei bem um quilômetro com um grupo de refugiados. Quando estávamos adiantados pela rua, o grupo de refugiados se despediu de mim e fiquei sozinho. Mas estava muito tranqüilo, tanto que parei para olhar as capas de revistas numa banca de jornais. Vinha passando um ônibus na rua, subi nele achando que me levaria pra casa. Mas ele desembarcou todo mundo novamente no terminal, mas desta vez no lado do "Esfiha Chic", onde estava a galera da FFLCH. Acabei me ambientando com o pessoal, principalmente depois que encontrei Hildeberto, um cara que estudou comigo na Unesp. Ele me apresentou para a Viviane Pasmanter, que estava lá muito triste, porque fazia Letras mas queria mesmo era fazer Biologia.
A guerra é uma coisa muito triste, já diria alguém. E nos deixa marcas profundas. Ainda bem que minha vó me acordou antes de alguma coisa me atingir.
1 Comments:
Fato: VIviane Pasmanter é gostosa e eu ia com força.
Agora, acho que o efeito da maconha industrializada é a paranóia entre Bio (provavelmente Unesp) e FFLCH (USP), dois maiores berços de maconheiros do Circuito Universitário Público.
Mas é a vida.
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