sábado, agosto 08, 2009

Confissões Inconfessáveis de um Romântico Incurável

Eu gosto de mimar e ser mimado.

Gosto de moças bonitas, mas não basta ser bonita. Precisa ser generosa.

Precisa ser inteligente também. Não do tipo intelectual, propriamente. Mas inteligente a ponto de ser graciosa até quando não sabe uma coisa e pede explicação.

Eu me desmancho com sorrisos e carinhas de quem acha que aprontou. Sou apaixonado pelas menininhas.


Gosto de mulheres calorosas. Cientes do que querem. Mulheres que saibam conduzir e saibam serem conduzidas. Que, na cama, saibam exatamente o que fazer pra me tirar do sério, me enlouquecer, me deixar de joelhos, tirar de mim a última gota e o último urro.

E que saibam se entregar, que se permitam ter comigo todo o prazer que posso dar. Nada me faz melhor do que saber que consegui dar prazer. Eu adoro dar prazer, em todos os sentidos.


Eu gosto de tudo que deixe lembrança boa. Uma frase impensada, uma declaração inesperada. Uma brincadeira que, de repente, ganha uma conotação séria.

Gosto de proteger. De ser gentil. De me aperfeiçoar cada vez mais na arte do galanteio. Mas gosto também de esquecer, de vez em quando, de fazer uma gentileza, e então ser cobrado por isso. Cobrado com um sorriso ou um muxoxo, cobrado daquele jeito especial que só as mulheres sabem fazer. Pra me levar pra onde bem querem.

Eu acredito na força e inteligência das mulheres. Acredito também na malícia e perfídia delas. Tenho com elas uma relação de amor, sem ódio. Ou de pouco ódio.


Gostaria de poder amar todas as mulheres do mundo.

Inclusive as feias. Já amei algumas feias. Mas elas, mesmo sendo feias, não me amavam. Talvez porque não fossem feias, ou porque tivessem ficado bonitas no meio do caminho. Não importa. Amar uma feia é uma coisa diferente. É uma coisa saborosa também.



Amar as bonitas é doce e trágico. É esquisito. Ainda mais as que não são apenas bonitas: já amei mulheres incríveis, por dentro, por fora, por todos os lados, em todas as dimensões.


E amo, hoje, a mais incrível de todas elas. A que melhor soube me seduzir, voluntária e involuntariamente. A que, com uma palavra, um olhar, ou um sorriso, me faz ter vontade de pular do 8º andar daquele prédio e cair no chão apoiado nas quatro patas, como um gato, na rua suja de um dia sujo. A Mulher de Vidro. Todo o prazer que pode estar contido numa mulher que se deseja. Uma deliciosa dançarina caribenha que frequenta meus sonhos, que carrega minhas vontades, que é depositária do meu mais insuportável desejo. Quando penso nela, no que veio e no que virá, tenho a impressão de que o tempo vai parar de repente, e estaremos os dois sozinhos, frente-a-frente, sem obstáculo no caminho, sem nada pra reter aquilo que, de alguma forma, está marcado pra acontecer.


Somente Deus sabe as contradições que passam pela minha cabeça e como essa onda volta cada vez mais forte pra praia, devastando o que há de sensato, perfeito e aceitável.


Quero o sussurro, o gemido e a voz arfante dessa mulher nos meus ouvidos, como uma sinfonia, indicando que é possível enlouquecer e depois voltar à razão, pecar e depois ser absolvido, ter prazer furioso para depois voltar à paz daqueles que tem por meta só andar pelos lugares que têm vontade.


Quero ser seu cúmplice, seu amigo, seu irmão, o cais onde o barco ancora antes de cruzar um oceano de coisas turbulentas, viagens longas e sem previsão de volta, aventuras boas e más por rotas perdidas.


Vem. Vem comigo. Vem agora. Vem que eu tô esperando.

sábado, agosto 01, 2009

O caminho é uma reta e desemboca onde eu quero chegar

Quando penso em voltar, eu penso que não vai ser possível. Mas aos poucos, isso está deixando de me deprimir. Só quem anda pra trás é caranguejo, e o finado Michael Jackson, quando fazia o Moonwalk.

Mas às vezes, me dá uma bruta de uma saudade. Saudades de pessoas, de lugares, de coisas pequenas, de sentimentos. Saudade de uma música, de um cheiro, de uma arrebatamento de paixão, um porrezinho, um poeminha mal-escrito. Mas eu penso comigo mesmo: era mesmo essas grandes coisas? Não andei por acaso superestimando os fatos? É certo que sim. Todos esse amores nunca me deram camisa. Agora eu decidi que quero me agarrar apenas aos sonhos possíveis. Nada de bobeira, nada de pensar na morte da bezerra.

Amadureci? Não sei. Às vezes ainda tenho uns fricotes e atitudes de menino mimado. Que eu nunca fui, diga-se de passagem. Fecho a cara, faço bico e isso em mim fica cômico, provoco riso quando o objetivo era provocar o outro. Um adulto que parece criança. E ainda por cima, não sou mais aquele jovem que tinha um pôster do Che no quarto e acreditava naquilo que todo mundo acredita quando tem 17. Só quero ganhar meu dinheiro, fazer minhas coisas. Eu sabia que ia ser assim, que eu ia me tornar isso. Vi acontecer com naturalidade, apenas achava que sentiria remorsos quando minhas ideologias sumissem. Mas, nem sinto. Durmo como uma pedra, não dou mais esmola, e se tenho raiva dos ricos, deve ser mais por recalque do que por algum sentimento justiceiro.

Eu penso o tempo todo em todas as pessoas que conheço. Suas qualidades, suas limitações, as coisas que vivi junto com elas. Nossa, como eu amo o ser humano. É estranho isso. O ser humano é um bicho cansativo, chato, derrotista. Mas, ao mesmo tempo, meu coração se enche de alegria quando penso nos meus amigos, na minha família, na minha infância. Quando eu penso em todas as doenças que eu tive em menino, que podiam ter me matado. Quando eu penso em como eu cresci, em como sou querido, admirado. Não por muita gente, é verdade, mas por pessoas que importam pra mim.

Nem sei, no fim das contas, o que estou querendo dizer. Mas é importante dizer.