domingo, setembro 24, 2006

Da série: Vale a pena ler de novo...

O trecho que segue foi extraído de um livro muito bom, do Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello. A Canção no Tempo: 85 Anos de Músicas Brasileiras. Vol. 2: 1958-1985.


"As Rosas Não Falam", Cartola



A história de "As Rosas Não Falam" começou numa tarde de 1975 em que o compositor Nuno Veloso apanhou Cartola e sua mulher Zica para um passeio na Barra da Tijuca, onde pretendia visitar Baden Powell. Não tendo encontrado a casa do violonista, Nuno resolveu aproveitar a viagem para passar numa floricultura e comprar para Zica umas mudas de roseira que lhe havia prometido. Tempos depois, flores desabrochadas dessas roseiras provocariam a indagação entusiástica de Zica ("Como é possível, Cartola, tantas rosas assim?...") e a resposta desinteressada de Cartola ("Não sei. As rosas não falam..."), que ele acabaria aproveitando como mote para a canção: "Queixo-me às rosas/ Mas que bobagem, as rosas não falam/ simplesmente as rosas exalam/ o perfume que roubam de ti..." Composta quando o autor completava 67 anos, "As Rosas Não Falam" foi lançada em 1976, num elepê notável, produzido por Juarez Barroso, o segundo de Cartola na gravadora Marcus Pereira. Neste álbum ele apresentava outras inéditas como a também obra-prima "O Mundo É um Moinho". Além da delicadeza e do requinte, o que espanta nessas músicas é o fato de terem sido criadas pelo compositor numa idade em que a maioria das pessoas já se encontra aposentada, sem muita coisa a oferecer. Cartola é um caso especial em nossa música popular. Homem de origem e vida modestíssimas, era, ao mesmo tempo, o poeta/compositor sofisticado. Pena que somente nos últimos anos de vida tenha conseguido gravar a maior parte de sua obra.

Publicado originalmente em Sonhos e Clichês (www.freud_aperta_um.weblogger.com.br), no dia 19 de outubro de 2005.

sábado, setembro 23, 2006

Top 5 "Sonhos com celebridades"

Como os leitores eventuais desse blog manifestaram apoio ao meu post sobre os "5 piores pesadelos que tive", faço agora um novo relato seguindo essa temática dos sonhos, mas desssa vez retratando o que a televisão fez com minha pobre mente.

1 - Mantendo o respeito (Encontro com D2)

Encontrei o Marcelo D2, cantor de hip hop puxa-fumo, em local indeterminado. Pus-me então a elogiá-lo e cheguei ao ponto de sugerir coisas que ele poderia incluir no repertório dele e do Planet Hemp. Só não pude prolongar-me na tietagem porque um suposto irmão meu - que era a cara do ator global Max Fecondini - ficou fazendo cara feia e dizendo que a gente tinha que ir embora. Provavelmente ele não gostava de D2. Compreensível.

2 - O Faustão desatinou

Estava assistindo o programa do Faustão e, para minha estupefação, ele apareceu vestido de porta-bandeira de escola de samba. A câmera pegava ele do alto, tal como ocorre nas transmissões de desfiles de carnaval, e ele girava, girava... Então pensei: "Ô loco meu! Que esdrúxulo! O que as pessoas não fazem para ter audiência hoje em dia..."

E tive esse sonho bem antes - março de 2004 - dessas presepadas de "Dança dos Famosos" e etc.


3 - O "Xou da Xuxa"

Por uma rua que parecia um calçadão do centro da cidade de Bauru, andávamos a Aline, o Leonardo, o Cirilo, o Wellington e eu. Entramos então numa suposta loja que estava fechada e descobrimos que era um antigo estúdio do programa da Xuxa. Todos tínhamos, no contexto do sonho, participado do programa da Xuxa quando pequenos, então começamos a observar com curiosidade as coisas que estavam ali. Vimos um monte de roupas de crianças que estavam lá em cabideiros, como se estivessem à venda na loja. A Aline logo encontrou a roupinha que usou quando de sua participação no programa infantil e eu por meu turno comecei a procurar uma camisa branca que teria usado na minha vez. Daí vi uma porção de cuecas e objetos que pensei em levar para casa, mas os outros interviram no sentido de me impedir, alegando que tal ato de minha parte consistiria em roubo. Só que eu achava justo levar as coisas para casa porque, afinal de contas, elas eram nossas e a produção da Xuxa havia se apoderado delas. Então simplesmente fomos embora, andando por aí.


4 - A "Rainha dos Caminhoneiros" e a "Rainha do Rebolado" querem me ter todinho (teor erótico)

Estava na casa de minha avó paterna e havia ali mulheres nuas. Uma delas era a veterana dançarina-atriz-biscate-etc Gretchen. A outra, que se encontrava sentada ao meu lado no sofá, era a Sula Miranda, cantora sertaneja. Logo então pus-me a acariciar os seios volumosos de Sula, não obstante a presença de minnha querida e amada vovózinha no recinto. No entanto, ela parecia, ao contrário de estar incomodada, divertir-se com a cena. Depois desse momento de voyerismo explícito de minha avó paterna, retirei-me com Sula para o quarto de minha tia e lá iniciamos as preliminares do ato sexual. Mas creio que, quando nos aproximávamos do momento-ápice, encontrei um fantástico mini-game Apollo 3 mil jogos sobre o beiral da cama. Então Sula e eu interrompemos o que tínhamos começado e, enquanto ela aproveitava para conversar algo comigo, eu me divertia jogando um tétris estranho, no qual caíam blocos redondos. Então me acordaram em seguida.

"Meu nome é Luís Boça e tenho 33 anos super bem vividos, mêo!"


5 - Cléo Pires me troca por um energúmeno, pulha, pusilânime

Encontrei-a em Bauru, conversamos, ela simpatizou comigo e estava na boca da caçapa já. Mas aí chegou o safardana, o mau-amigo, o fura-zóio, o xavequinho, o pulha, o petista, o botequeiro, o bêbado, o ignóbil, o galhofeiro, o debochado, o suja-azulejo, o sujismundo, o garganta profunda, o minha-mãe-mandou-eu-escolher-essa-daqui, o judas iscariotis, o mau-elemento. Cirilo, o bucéfalo. E, enquanto eu ia inocentemente ao banheiro tirar uma água do joelho, o maroto me arrebatou Cléo, a norinha que minha mãe pediu a Deus. Triste, muito triste. E o relato completo disso tudo está aqui: http://sonhosecliches.blogspot.com/2006/06/uma-realidade-e-um-sonho.html


Aguardem os novos "Top 5" que vem por aí. Saudações cordiais.

terça-feira, setembro 12, 2006

Top 5 "Pesadelos" (copiando idéia de André D.)

Como esclareço no título do post, a idéia de fazer um Top 5 (primeiro de uma sequência, talvez) foi retirada do blog do André, The Coke Inc.

Tentei lembrar-me dos 5 pesadelos mais medonhos e/ou curiosos que tive. Tarefa difícil, pois sinto que minha memória já se esvai em plena flor da idade. Mas enfim, aí vão alguns dados vagos e inexatos:

1 - Nu na escola.
Um pesadelo clássico que acomete 9 entre 10 estudantes do planeta Terra - no Brasil encarado de forma mais natural, já que temos aqui uma cultura da nudez e do carnaval.

Tive o sonho já há algum tempo. Aparecia nu na escola do Sesi (onde estudei da primeira até a terceira série do primário). Andava pelos corredores, me escondia no banheiro. Por incrível que pareça, não lembro-me de ter sido visto por alguém, mas lembro-me da angústia e do medo de que isso acontecesse. Foi um sonho de medo, pânico, mas com desfecho feliz.

2 - Na torcida errada.
Outro pesadelo clássico, principalmente para fanáticos por futebol como eu. Fui assistir a um Vasco da Gama (RJ) x Corinthians (SP) num suposto estádio do Vasco - muito diferente de São Januário. Havia mato por todo lado e as arquibancadas ficavam muito próximas do campo. Lembrava um pouco o Parque São Jorge, só que em pior estado.

Entrei no estádio, sem perceber, pelo acesso que dava para a parte onde ficaria a torcida do Vasco. E entrei em pânico quando percebi que eles, os torcedores cruzmaltinos, estavam chegando por ali e reparando em mim, corintiano perdido na arquibancada deles. Quando julguei que apanharia até a morte - vale mencionar que a torcida organizada principal do Vasco da Gama é aliada da torcida organizada principal do Palmeiras - veio a surpresa de ver que eles nem ligaram pra minha presença. Alguns fizeram caretas, outros fecharam a cara, mas nenhum me agrediu de fato. Depois fiz umas gambiarras e peguei uns caminhos alternativos por túneis por baixo do campo para enfim chegar ao lado do estádio onde estava a torcida do Corinthians. E então respirei aliviado. Mas foi outro desses sonhos meio terroristas, tal qual esses filmes que o herói se mete em várias enrascadas e no fim consegue se safar de tudo.

3 - Frango recheado.
Estava na casa de minha avó e ia comer um frango assado lá que compraram ou fizeram e que tinha um cheiro estranho. Quando fomos comer, nos demos conta de que o frango estava repleto de vermes por dentro. Alguns viravam insetos e saíam voando de dentro do frango. Comecei a gritar e urrar, para desespero de meus pobres avós, que não sabiam o que fazer. Nojento, simplesmente nojento.

4 - Escorpiões.
Como já diria o Professor Girafales: "Os escorpiões são animais muito perigosos. Uma picada de escorpião pode abater até um animal grande, como o Nhonho".

Estava novamente na casa dos meus avós e fui "brincar" num jardim do prédio, onde costumava ficar quando era guri. Então retirei a grade de ferro de um bueiro e de lá começaram a sair vários escorpiões imensos, pretos. Saí correndo dali imediatamente, apavorado, e fui para o apartamento dos meus avós. Mas os escorpiões começaram a entrar lá também, o que me deu a certeza de que havia feito uma grande besteira ao abrir o bueiro, já que os artrópodes estavam tomando o prédio todo. Então o Wellington - que se encontrava ali também - e eu começamos a lançar os bichos que conseguimos capturar dentro de uma lareira e eu sentia algum prazer eufórico nisso. Porém nossos esforços eram inúteis, já que não parava de surgir escorpiões por debaixo do tapete, por trás do sofá... Ia pedir ao Wellington que fosse lá fechar o bueiro, mas fiquei com medo de ficar sozinho no apartamento tomado pelas pragas. A solução só apareceu quando meu avô se prontificou a ir realizar essa tarefa. Lembro-me de ter feito um comentário muito coerente ao Wellington: "Ainda bem que são escorpiões grandes, se fosse daqueles miúdinhos seria bem pior". E não me lembro como terminou.

5 - Enrabado.
Brincando de montinho (quando várias pessoas pulam umas sobre as outras), senti que caía sobre minhas costas um colega de sala de faculdade sobre o qual sempre pesaram sérias suspeitas de pederastia. Logo em seguida, senti uma dor lancinante e profunda em meu orifício circular corrugado e meus olhos se esbugalharam. Percebi então que o maroto colega em questão estava me enrabando sem minha prévia autorização.

Acordei assutado e muito cabreiro e infeliz da vida.


Ficaram de fora da lista outros sonhos horríveis, como aquele em que pego a mulher amada com outro homem, ou aquele no qual copulo com minha própria progenitora. Mas creio que os cinco sonhos em questão representam bem o risco de dormir nos tempos modernos. Fróide exprica?

quinta-feira, setembro 07, 2006

Putaquepariucaralhoporrabuceta, hein?

Nota onírica:

Noite passada. Já advirto que não me lembro de pormenores. Mas estava eu discutindo, em local indeterminado, com a (linda) apresentadora esportiva, modelo e "adevogada" Renata Fan e mencionei, lá pelas tantas, meu imenso desprezo pelo Sport Club Internacional, time de coração da gaúcha. Ora!, para quê? Ela partiu para cima de mim e me agrediu. Isso mesmo, senhoras e senhores! Agrediu-me fisicamente pelas injúrias proferidas.





Conclusões:

1 - Preciso parar de assistir esses debates esportivos bizarros, especialmente o Milton Neves;

2 - Acho que sonhei isso por causa da minha quase certeza de que a Renata Fan, além de colorada, é anti-corintiana (mas também, quem não é?). Mesmo quando precisa chamar alguma matéria voltada à torcida do alvinegro de Parque São Jorge, percebo por trás daquele sorriso rasgado e no fundo dos belos olhos azuis, um brilho profundo de rancor;

3 - Tudo bem não pegar mulher nem em sonho. Já me acostumei à ausência de sonhos agradáveis com pessoas do sexo oposto nos últimos tempos. Mas, (com o perdão da expressão) porra! Apanhar de mulher em sonho é foda, hein Morfeu Morfético? Vamos dar um jeito nisso, fá-favô!


***

E, como não poderia faltar, o nosso "Momento 'Paiva Neto' de Reflexão" de hoje:

"Se o ônibus da vida estiver se aproximando do ponto, cuide de estar com o dinheiro da passagem trocado no bolso no momento de embarcar. Não pague em moedas: elas sempre caem no chão e te colocam em maus lençóis. Deixe as velhinhas subirem primeiro, afinal, como diria Pedro Bial no "Filtro Solar": você também vai envelhecer um dia. Olhe da forma mais discreta possível para a loira exuberante sentada ao seu lado. Mas se você não estiver nem aí para a moral (e se ela não estiver acompanhada), olhe descaradamente mesmo. Só não deixe de olhar, porque há um monte de cegos no mundo que dariam um bago para ver uma coisa dessas nem que fosse por um minuto. Não desça fora do ponto, não dê sinal se não for descer e, em caso de ônibus lotado, passe a mão na bunda dos outros e na sua própria (para ver se sua carteira ainda está no bolso de trás)".

Trecho da "Parábola do Ônibus", do filósofo e líder religioso Ubiratan de Almeida. Livro à venda por preços simbólicos na "Igreja da Luz da Lâmpada Fluorescente Queimada" e em coletivos da Grande São Paulo. ("Porque eu poderia estar roubando, matando, mas estou aqui despertando sua fé!").

Nota médica: ninguém perguntou, mas melhorei da tosse crônica.

Voltaremos a abrir o açougue depois do feriado. Aguardem.