quarta-feira, janeiro 24, 2007

Desculpa aí, Maurição!

Maurício de Souza e eu, bem brisados!



Uma certa escola de samba paulistana vai homenagear Maurício de Souza, o "Walt Disney Brasileiro", na avenida carnavalesca esse ano. E eu resolvi - com uma ajudinha do André Diniz - fazer também a minha singela homenagem a esse senhor que tanto marcou nossas infâncias. Com vocês, a versão alternativa da Turma da Mônica, a fantástica...


... Turma da Verônica!


Verônica: Conhecida no pedaço como "Verusca Capô de Fusca", Verônica é uma líder nata. Com sua força desproporcional, bate em todo mundo e consegue tudo o que quer. Aos 7 anos, já era campeã mirim de fisioculturismo. Perdeu o troféu alguns meses depois, quando descobriram que ela fazia uso de anabolizantes equestres. Passou então a atuar na equipe de hóquei no gelo do Bairro do Tamarindeiro. Por pouco tempo seguiu neste esporte, já que matou um colega com dentadas na genitália durante uma partida. Após sair do reformatório, aos 15 anos de idade, voltou para o Tamarindeiro onde fortaleceu sua "amizade" com Magalice Cristina, Cascudo e Cenourinha. Lésbica conhecida na região, Verusca Capô de Fusca defende seus amigos com unhas e dentes. Principalmente dentes.


Magalice Cristina: Anoréxica. Modelo desde os 6 anos de idade, Magalice Cristina é uma pessoa pouco querida no bairro, exceto por sua inseparável amiga Verônica e os amigos Cenourinha e Cascudo. O ar blasé e a mania de grandeza fazem com que, muitas vezes, os próprios amigos abandonem Magalice, o que lhe dá uma tremenda depressão e vontade de enfiar o dedo na guela e botar pra fora a folhinha de alface comida no almoço. No auge dos problemas mentais, Magalice passa a conversar com seu gato branco e cheirar cocaína. Um dia, por engano, conversou com a cocaína e cheirou o gato branco. Acabou indo parar num manicômio. Saiu de lá pouco tempo depois para se tornar apresentadora de programa esportivo.


Cascudo: Cascudo é um menino problemático. Sofre de Transtorno Obsessivo-Compulsivo, o famoso TOC. Por causa disso, tem mania de limpeza e toma banho 7 vezes por dia. Adora futebol, mas por ser um menino esquisitão, é colocado sempre pra jogar no gol. No entanto, apanha no fim de todas as partidas, pelos frangos que leva. Claro, pra ele é um horror segurar aquela bola imunda, enlameada! E sujar o shortinho nem morto também! Seu melhor amigo é o garoto Cenourinha, com quem mantém uma relação homossexual, como veremos adiante.


Cenourinha: Nascido no Capão Redondo, mas criado em Tamarindeiro, Cenourinha tem um pequeno problema de dicção: troca o "ele" pelo "erre": "Craro Creusa, o Creyson vai comer o cocrete!" Por essa razão, é bastante discriminado, tido como "ralé" pelas meninas Verônica e Magalice. Mas como estas também fazem parte da "escória" do bairro, não vêem outra saída a não ser se juntar com Cenoura e Cascudo e formar uma trupe de enjeitados. Cenourinha ganhou esse apelido depois de ter se tornado uma celebridade local quando sua foto estampou os jornais sensacionalistas com a legenda: "Garoto dá entrada no SUS com legume enfiado no ânus". Bissexual, é apaixonado por Cascudo. Mas se morde de ciúmes, achando sempre que o amigo arrasta asa para as meninas Magalice e Verônica. Por essa razão, vive bolando planos infalíveis pra "arraaaaaaaaasar" com aquela mocréia da Verônica. No fim os planos sempre dão errado e cenoura leva uma surra da Capô de Fusca. Mas se reanima quando dá, por sua vez, uma surra em Cascudo. Surra de cama.



E por enquanto é só! Dêem suas sugestões para montarmos as estorinhas em quadrinhos para crianças com mais de 18 anos! Saudações!


domingo, janeiro 21, 2007

Em falso

Vinha da padaria com a sacola de pão na mão.

Descendo as escadas do condomínio sob chuvisco gelado. Pensando. Procurando botar as idéias em ordem. Tive um pensamento ruim, de querer prejudicar e ver sofrer outra pessoa. Mas logo em seguida reprimi esse resquício de pensamento, achando-o muito mesquinho e improdutivo. Ver a outra pessoa sofrer não vai apagar a dor que ela me causou, logo não tem sentido querer vingar-me. Chegando a essa conclusão, tive em seguida um pensamento espiritual: serão necessárias ainda quantas encarnações pra que eu enfim aprenda? Pra que me torne enfim uma pessoa melhor? E logo depois vi que não importa, que voltarei quantas vezes for necessário, que não desistirei, que seguirei mesmo após os tropeços...

Pois nesse exato momento, absorto que estava nos pensamentos, pisei em falso num degrau da escada. Meu corpo se lançou à frente, no que parecia ser a queda mais patética e desastrosa da minha vida.

Duas meninas iam à frente, com os braços ao redor dos pescoços uma da outra. Iam rindo, conversando, não me viram. Naquela fração de segundo em que meu corpo seguia rumo ao tombo, me ocorreu que elas olhariam pra trás assustadas, com cara de pena ou reprimindo os risos. Me ocorreu que eu cairia de cara no chão, que meus óculos embaçados de chuva se espatifariam, que eu arranharia as pernas, os braços e me encharcaria no chão molhado. Talvez até uma torção no pé...

O corpo solavancou pra frente e eu fui caindo por 3 degraus, a gravidade impiedosamente fazendo seu trabalho. Pisava em falso sucessivamente. Era sem dúvida a pior queda da minha vida.

Mas de repente, num reflexo, o corpo guinou pra trás. Reequilibrei-me. Retomei o controle dos meus membros inferiores e respirei aliviado quando senti meus pés no chão. O coração aos pulos.

As duas meninas à minha frente seguiram conversando e rindo e sequer olharam pra trás. Nada haviam percebido.

Agradeci mentalmente ao meu anjo da guarda. E a Deus - com quem eu conversava indiretamente através dos meus pensamentos - que quis me mostrar que está comigo pro que der e vier.

Isso não é uma lição gospel. Isso é apenas o relato de uma caminhada.

terça-feira, janeiro 16, 2007

Ela e eu

Lembro-me dela dormindo: respiração calma, nenhum movimento mais brusco. Totalmente diferente de quando está acordada. Nada daquela menina tagarela e hiperativa que se manifesta de dia. Uma criança, um anjo.

Lembro-me dela se maquiando, me explicando como se passa a base, o lápis de olho, o blush, o rímel, o brilho labial, e outras bugigangas mais. Evidentemente eu nunca me interessei pelo processo de embelezamento de uma mulher. Mas ouví-la discorrer sobre a mecânica da coisa enquanto se arrumava tão jeitosamente encheu meu peito de uma ternura estranha e inesperada. Coisas da feminilidade.

Parece que ouço ainda a voz dela. Aquela voz que (há muito tempo) ouvi pela primeira vez ao telefone e que achei tão bonita, num primeiro momento. "Sabe que você tem uma voz linda?" - soltei na nossa primeira conversa. Não era um xaveco. Pelo menos não era um xaveco intencional, premeditado. A voz volta agora aos meus ouvidos na forma de sussurros. Sussuros lindos, poéticos, cheios de amor. Sussuros impublicáveis. Sussurros macios de uma pessoa que queria cuidar de mim.

Fecho meus olhos e torno a abrí-los. Não vejo nada, a sala está vazia.

Tudo o que sinto é saudade.

terça-feira, janeiro 09, 2007

É por essas e outras que o Tom Zé é o cara...

Uma letra que vem bem a calhar:

Namorinho de Portão
(Tom Zé)

Namorinho de portão
Biscoito, café
Meu priminho, meu irmão
Conheço essa onda
Vou saltar da canoa
Já vi, já sei que a maré não é boa
É filme censurado e o quarteirão
Não vai ter outra distração
Eu agüento calado
Sapato, chapéu
O seu papo furado
Paris, lua-de-mel
A vovó no tricô
Chacrinha, novela
O blusão do vovô
Aquele tempo bom que já passou
E eu de "é", de "sim", de "foi"

Bom rapaz, direitinho
Desse jeito não tem mais
Bom rapaz, direitinho
Desse jeito não tem mais

O papai com cuidado já quer saber
Sobre o meu ordenado
Só pensa no futuro
E eu que ando tão duro
Não dou pra trás
Entro de dólar e tudo
Pra ele o mundo anda muito mal
Lá vem conselho, coisa e tal

Bom rapaz, direitinho
Desse jeito não tem mais
Bom rapaz, direitinho
Desse jeito não tem mais.

E vamos voltar à Tropicália...

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Sonho premonitório

Logo eu, que sempre me jogo de cabeça. Talvez eu tenha que bater mais vezes a cabeça no fundo do lago pra perceber que isso é que tá errado.


The Blower's Daughter
(Damien Rice)

And so it is
E então é isso
Just like you said it would be
Como você disse que seria
Life goes easy on me
A vida corre fácil pra mim
Most of the time
Na maioria das vezes
And so it is
E então é isso
The shorter story
A história mais curta
No love, no glory
Sem amor, sem glória
No hero in her sky
Sem herói no seu céu
I can't take my eyes off of you
Não consigo tirar meus olhos de você
I can't take my eyes off of you
Não consigo tirar meus olhos de você
I can't take my eyes off of you
Não consigo tirar meus olhos de você
I can't take my eyes off of you
Não consigo tirar meus olhos de você
I can't take my eyes off of you
Não consigo tirar meus olhos de você
I can't take my eyes...
Não consigo tirar meus olhos...
And so it is
E então é isso
Just like you said it should be
Como você falou que deveria ser
We'll both forget the breeze
Nós dois esqueceremos a brisa
Most of the time
Na maioria das vezes
And so it is
E então é isso
The colder water
A água gelada
The blower's daughter
A filha do vento
The pupil in denial
A aluna rejeitada
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes...
Did I say that I loathe you?
Eu disse que te odiei?
Did I say that I want to
Eu disse que quero deixar
Leave it all behind?
Tudo para trás?
I can't take my mind off of you
Não consigo afastar meus pensamentos de você
I can't take my mind off of you
Não consigo afastar meus pensamentos de você
I can't take my mind off of you
Não consigo afastar meus pensamentos de você
I can't take my mind off of you
Não consigo afastar meus pensamentos de você
I can't take my mind off of you
Não consigo afastar meus pensamentos de você
I can't take my mind...
Não consigo afastar meus pensamentos...
My mind...my mind...
Meus pensamentos...Meus pensamentos...
'Til I find somebody new.
Até conhecer outra pessoa.


Peço perdão pela música corna, mas sentimentais são foda. Só quem é sabe. Até mais ver.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

06 Retrô (Cocô no bangalô de Dodô)

Menos um ano.

Não tenho muito o que falar sobre mim. Minha vida este ano esteve mais estagnada que a economia no Governo Sarney. Sem emprego, sem diploma, sem novidades. Tá certo que também não rolou nenhuma desgraça, nenhuma doença na família, nenhum vício ou susto capital. E rolou um amor. Fechamos no saldo positivo, creio eu.

Então vou animar geral listando as coisas boas de 2006:

1- Saí de Bauru (tecnicamente saí de lá no meio de 2005, mas só me desintoxiquei totalmente da baurulinidade no ano que se passou). Agora é só lembrança.

2- Fui ver o U2 tocando ao vivo. Não registrei em fotos, infelizmente. Mas esse dia está marcado no curso de minha vida cultural.

3- O Alckmin não se elegeu presidente.

4- Reforcei algumas amizades, esqueci outras que não me convinham.

Mas pra 2007, muita coisa ainda tem que mudar.