domingo, julho 27, 2008

Anima Mundi e outras coisinhas

Estive ontem no Anima Mundi, três anos depois. E, três anos atrás, acho que foi mais divertido. Na ocasião demos a sorte de ter pego uma sessão de curtas mais rica do que a que vi ontem. De bom mesmo, só um tocante curta francês chamado "Replay", uma animação que se passa em cenário futurista e chega à tragédia embrulhada em lirismo. Depois um curta engraçadinho sobre a atual compulsão humana por cirurgias plásticas, em que uma oportuna linha de produção fordista vai transformando todas as mulheres pelanquentas que entram na clínica-fábrica em bonecas plastificadas idênticas. Cáustico. De resto, nada demais. Acho que foi azar na sessão que pegamos mesmo.

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Meus amigos corintianos acham que o Dentinho é gênio de bola. Eu acho que ele inda tem que evoluir muito para ser alguma coisa no futebol. E por essa opinião fui taxado de corneta. Ok, são coisas da vida.

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Essa semana foi a mais cansativa que tive desde que entreguei o TCC. Tanto que dormi pra burro nesse fim de semana. E o fim de semana está cada vez mais curto, bem como minha grana e meu ânimo em relação a determinadas coisas. Caminha o momento em que terei de radicalizar. E será provavelmente a minha libertação.

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Quem sabe de mim sou eu. Aquele abraço!

domingo, julho 20, 2008

Diarinho do Pé-de-neve

Ninguém vai ler, mas eu vou escrever pra exercitar.

Para início: Ouvir a Nova Brasil pode não ser um bom negócio mais pra mim. Primeiro porque a qualidade de muitos desses novos artistas neo-MPB é duvidosa. Aí acontece de lançarem umas musiquinhas pegajosas que tocam 15 vezes por dia. Você nunca ouve um Gonzaguinha na Nova Brasil, mas o filho da Elis Regina tá sempre lá com suas musiquinhas paia. Tudo bem que algumas músicas dele até são bacaninhas, mas pô... enche o saco ouví-las 600 vezes numa semana. Um bom exemplo eu já tive logo que comecei a ouvir essa rádio achando que era uma boa opção pro meu gosto musical. Era começo de 2007, eu tinha acabado de entrar na revista e na Nova Brasil eles tavam promovendo uma banda chamada Linux (ou Linox, sei lá), que tem uma música que começa com "desculpe mas não posso prometer que eu nunca vou te machucar/ porque sob a dura condição humana/ vivemos eu e você". Por mais que eu ache legal o cara criar uma letra complexa, essa música tocava à exaustão e eu queria que ele enfiasse a dura condição humana no cu, numa determinada altura do campeonato.

A Vanessa da Mata gravou uma música boa com o Ben Harper. Eu achava, pelo menos, até meu cu fazer bico de tanto ouvir. E essa mina tem outras músicas boas que tocam menos. Aí você fica meio desacorçoado. Ana Carolina, aquele senhor simpático que eu detestava, gravou umas músicas recentemente que me fizeram mudar de opinião em relação a ela, tipo "Ruas de Outono", que é linda e me pegou numa fase sensível. Aí ela jogou toda essa evolução por terra quando veio com "Vai": "Vai, a porta nem existe na verdade, saaaaaaaai... o que está esperando?/ Você sabe voar". Além de pobre e chichezona, essa música é infernalmente chata. Mas toca o tempo todo na Nova e parece que é hit da muié. E eu sempre com a impressão de que tô na contramão das paradas de sucesso. A Ana Carolina é engraçada, inclusive. Tem umas letrinhas de música que são o cu da cobra, da profundidade de um prato de mingau, como aquela em que ela afirma, cheia de razão, que toda mulher gosta de rosas e que rosas são rosas. Porém faz a ressalva de que essas rosas muitas vezes são vermelhas, muito embora sejam sempre rosas. Uma baboseira sem tamanho que eu nem posso criticar muito porque sequer sei dedilhar um violão. Nem vou fazer aqui menção ao vendedor de flores que ensina seus filhos a escolher seus amores porque é desnecessário discutir a lógica de um verso como este e eu já estou me estendendo muito numa coisa que ninguém está lendo.

Mas enfim chegando onde eu quero chegar: Tem uma música que tá tocando na Nova Brasil, legalzinha até, mas que impregnou na minha cabeça. "Só porque tenho por ela um apreço imenso/ ela me esnoba, me esnoba, me esnoba"... A música meio que fica nisso e essa parte do "ela me esnoba" fica repercutindo na minha cabeça, como um eco. Saio de casa pra tomar uma cerveja com os amigos e na roda "ela me esnoba, me esnoba, me esnoba". Olho pra moça que trabalha comigo e "ela me esnoba, me esnoba, me esnoba". Pra tirar isso da cabeça, só substituindo por outro verso grudento. Aí eu ouço Jorge Ben:

"Gostooooooooosaaaaaaaa... Gostoooooooooosaaaaaaa... Ela é gostosa!/ Está pegando é que ela mora muito longe, bem que minha mãe avisou, bem que minha mãe avisou..."

Santo MP3 do Fábio!

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Pé-de-neve:

O Corinthians estava invicto na Série B. Aí eu tive a brilhante idéia de ir ao Pacaembu para assistir o jogo contra o Bahia (ou "Bahêa", como cantavam os macumbeiros da torcida deles). Fomos o Will, o cunhado dele, o filho do cunhado e eu, setor laranja próximo ao tobogã, antigo setor lilás. Setor lilás onde, dois anos antes, eu vi Carlitos Tevez fazer aquele gol solando a bola contra o Deportivo Cali, pela primeira fase da Libertadores. E de lembrar me deprimi, porque uma coisa é disputar Libertadores e outra é disputar Segundona. Mas não importa, é Corinthians! E tava lá, começou o nervoso. Primeiro aquele sol de rachar mamona batendo bem na nossa cara. E o Corinthians atacando no primeiro tempo exatamente pro lado em que estávamos. Passei o jogo todo na primeira etapa fazendo "quebra-sol" com a mão pra ver o Acosta perder gol atrás de gol, o Lulinha (vulgo Mulinha) mostrando novamente todo o seu futebol - ou seja, nada - e, num determinado momento, o goleirão Felipe aprontando novamente altas confusões pra você sair do sério e os palmeirenses rirem de montão. Tomamos o gol numa falha dele e foi a única coisa que os comedores de vatapá fizeram na partida. Depois aqueles chicleteiros do cacete só catimbaram e, devo reconhecer, fizeram uma excelente marcação enquanto o Corinthians tentava sem sucesso entabular jogadas pelas pontas. O lateral Dênis, recém contratado pelo Corinthians, me fez quase sentir saudades do Coelho e me fez pensar que o Santos de vingou à altura de termos mandado o Betão pra lá, mandando essa praga pra cá. Não acertou um puto de um cruzamento. Mas pra quê? Lateral nem precisa saber cruzar, né? Aí teve bola na trave, gols perdidos, aquela coisa toda a qual já estou me acostumando. E fim, Corinthians perdeu a primeira, coisa que ia acontecer mais cedo ou mais tarde. Que sirva pra esses putos voltarem a jogar bola e eu parar de gastar meu parco dinheirinho com jogo. Aliás, um displante eu ir prestigiar Série B, que não é lugar do Corinthians. Devia ter ficado em casa analisando o jogo taticamente, como tenho feito nos últimos tempos, sem torcer muito.

A culpa foi do Will que, além de pé de neve, levou um santista pro estádio. O cunhado dele é santista. Zicou o time, tenho certeza.

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Como parte do projeto cultural "Apocalypse Now!", promovido por Deus Todo Poderoso no ano de 2008, que inclui várias atividades bizarras como o lançamento do novo CD do Guns - que tá pra sair e agora vai! - o fim da era Eurico no Vasco, o afastamento do Fidel do governo de Cuba, o reatamento de relações entre Didi e Dedé e, principalmente, minha ascensão ao direito de ter uma cela individual e especial no caso de ir em cana, adquirido graças ao protocolo e apresentação devida de meu Trabalho de Conclusão de Curso... Como parte desse ciclo de eventos, Deus convida a todos para o velório de Dercy Gonçalves, aquela que eu achava ser imortal. Assim se foi a senhora que tinha raiva de Cristo e o achava um filho-da-p%$#&*¨por tê-la barrado na Santa Ceia. A simpática senhora que cantava, dentro da Arca de Noé: "Se essa porra não virar, olê olê olá/ Eu chego lá... "

Enfim, dedico esse post que ninguém vai ler à senhora, dona Dercy. Que enfim descanse em paz, que eu acho que a senhora merece.


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Não vou mandar beijo não porque ninguém tá lendo e não gosto de ficar no vácuo. Vão todos tomar no cu, como diria Dercy.

segunda-feira, julho 07, 2008

Rascunhos

Neste sábado, como parte das iniciativas que resolvi tomar para levar uma nova vida, joguei muita coisa fora. Fui direto ao armário de velharias e rasguei papéis, dei fim a livros, tirei a poeira.

Muitas fases de minha vida. As apostilas do Senai, do cursinho, da faculdade. E entre minha "obra" composta em Bauru, rascunhos de cartas e alguns bilhetes. Eu li aquilo tudo antes de destruir e me achei ridículo. Um menino virgem apaixonado, idiota, inoportuno, sem estratégias para conquistar e se fazer amado. Não senti, como em oportunidades anteriores, qualquer compaixão por esse menino. Pelo contrário, acho que ele mereceu cada chute que levou. Pior que ia levando chute atrás de chute e não aprendendo. Seus companheiros de jornada curtiam a vida, comiam a mulherada. Ele não. Ele era um bonequinho na mão de sentimentos sem futuro.

E olha, salvo exceções, as moças nem tiveram culpa. Elas simplesmente não queriam. Havia caras mais bonitos e descolados na cidade pra elas curtirem. Realmente, ficar com um cara inseguro e sem nada a oferecer era uma coisa fora de cogitação. Eu hoje entendo tudo isso e não me causa nenhuma revolta pensar assim. Me dá é uma sensação de lamento, por não ter avaliado as situações de outra forma quando as vivi. Mas enfim, ali eu estava dentro da coisa, no olho do furacão, com a visão encoberta pela inexperiência. Acontece, coisas da vida.

O ciclo findou-se. Joguei certos sentimentos no lixo, que é lugar para eles.

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Sem entrar muito nos detalhes atípicos, informo a quem interessar possa que sou agora jornalista formado. Quer dizer, aguardarei a emissão do diploma pela Unesp, mas terminei de cursar a grade acadêmica com a apresentação de meu TCC. Contrariando as minhas expectativas, o trabalho foi extremamente bem aceito e posso me orgulhar de ter produzido um projeto experimental nota 10 - embora não tenha tido, efetivamente, a preocupação de tirar a nota máxima em nenhum momento.

2 anos e meio depois do baile de formatura, participarei da Cerimônia de Colação, provavelmente esvaziada por ser no meio do ano, em 22 de agosto próximo. Quem quiser aparecer pra ver com os próprios olhos, fique à vontade. Sinto-me num misto de felicidade e alívio. E também um pouco temeroso, por não saber que rumo minha vida agora pode tomar. Como diz o clichê do discurso da Colação: "O primeiro passo foi dado, agora vem o desafio do mercado". Já estou há um ano e meio no desafio, mas sinto que tudo ainda é muito insipiente.

Enfim. O momento é pra curtir. Mas se tivesse com mais grana, daria pra curtir melhor.