sexta-feira, março 31, 2006

Acabaram as pilhas do meu controle remoto mental

Uma porção de capivaras e carrapatos. No mato, na água suja, no asfalto, entre os praticantes de cooper.

Eu sem saco para piadas, para indiretas, para sermões, para conversa fiada, para falar, para narrar acontecimentos, para rememorar, para explicar, para torcer, para provocar, para rir ou para amaldiçoar as pessoas, a vida e o mundo.

Eu debaixo do céu cinzento e acima do chão úmido. Eu onde gosto de estar.

Eu estéril. Palavras presas nos dedos intrincados, na garganta úmida e na mente à zero. Eu parado no sinal, olhando os movimentos ágeis de um flanelinha. Eu parado esperando o fluxo abrir, embasbacado ao perceber que não tenho um carro e que todos os motoristas me fuzilam com olhares de desdém. Eu completamente louco e só.

Eu sendo egocêntrico. Eu dando murros na ponta da faca que depois vai descascar batatas. Eu plantando batatas. Eu plantando bananeira. Eu colhendo o que plantei.

Eu tentando me fazer entender por meio de metáforas. Eu muito tímido para ser direto. Medo de dizer palavras espontâneas. Merda, não preparei um discurso!

E o pior de tudo: ela sempre no pensamento. Porque não tem capivara ou carrapato que faça eu deixar de criar histórias sempre com o mesmo final previsível: ela e eu juntos. Inverossímil, irreal e irracional. Uma novela de 3 mil capítulos e quinze milhões de reprises no Vale a Pena Ver de Novo. Um jogo de futebol com apenas um time em campo. Uma prisão cujas grades estão cerradas. E um mundo livre no qual tenho que estar a todo momento dando satisfações à minha consciência. Servil. Apaixonado. Tolo.

Troquei juras de amor comigo mesmo. E esqueci de respirar. Enquanto isso, eles estão roubando meu ar. Aos pouquinhos. Uma garrafa por vez.

Não espero que alguém me entenda. Apenas quero que pensem em mim.


Música corna ouvida enquanto se escrevia esse post: "Refrão de Bolero" - Engenheiros do Hawaii (se eu comecei a usar drogas ou não, o pobrema é meu) .

quarta-feira, março 29, 2006

Ternura

É sempre essa coisa de se comover com crianças e com bichos.

O Luís e a Taísa acharam um pássaro ferido em Bauru. Quando levantei o pano que cobria a caixa de papelão vi o animal ali, meio que encarcerado, com aparência morimbunda. Sempre achei insignificantes os pássaros morimbundos e mortos. A mim só interessavam os seres realmente vivos. Mas tive pena e ternura - ainda que temporárias - por aquela ave que ... Preciso ligar pra Bauru e saber se o pássaro ainda está com o Luís, se já levantou vôo ou se realmente entregou a alma a Deus e suas gaiolas celestes.

Uma ternura muito grande por uma menina que julgava feia e que depois descobri bonita. E ela era uma criança realmente muito feia. As fotos da época comprovam. Hoje é uma mulher jovem muito charmosa, pese que ela é muito inteligente e isso a torna interessante. Uma alma agitada, vaidosa, que não suporta bem a nossa reprovação. O que fode meus sentimentos em relação a ela foi o fato de já tê-la visto chorar. Gostaria de não ver mais nenhuma mulher com qualidades chorando na minha frente. Me apaixono fácil por mulheres frágeis, suscetíveis, etc. Meu coração é uma criança.

E eu próprio às vezes me emociono quando me lembro da criança que fui. Não era malicioso como são as crianças de hoje em dia. Era ingênuo, de uma ingenuidade que beirava o pusilânime. E ainda hoje acho que estou mais para otário do que para esperto. E agradeço a Deus por isso, pois acho que os ingênuos tem lá seu charme. Os espertos enjoam um pouco a gente.


Quero ter filhos. Quero ter bichos. Quero ter motivos para ceder às fragilidades do mundo. Quero ter a quem ninar e quem me nine também. Ando precisado de carinho, mas não quero pedir nada a ninguém.

Quero que o mundo mergulhe num torpor lânguido e que eu possa novamente admirar o sono dela, lhe tirar os óculos do rosto (ela adormeceu com eles) e lhe dar um beijinho na testa antes de ir embora.


Queria que as coisas acontecessem de outro jeito. Mas elas são desse jeito mesmo.


Beijo-te, coração, com todo o meu carinho. O contido e o incontido.

sexta-feira, março 24, 2006

Loser F.C. (Reflexões sobre caminhadas a pé e ao relento)

Abrindo o post com uma letrinha singela da tranqueira que foram os anos 80:

A Vida Não Presta
(Leo Jaime/ Leandro/ Selvagem Big Abreu)

Você vai de carro pra escola
E eu só vou a pé
Você tem amigos à beça
E eu só tenho o Zé
Pra consolar, as tardes de domingo
Que eu passo a sofrer
Sonhando em ter
Um carro conversível
Pra você me querer
Quantas noites em claro eu passei
Tentando te esquecer
Quando à noite eu consigo dormir
Eu sonho é com você
A me dizer
Pra não ter ilusões
Que entre nós não pode ser
E é mesmo assim
Nem mesmo no meu sonho
Eu posso ter você pra mim
Eu tentei naquela festa
Você fugiu de mim
E eu pensei:
A vida não presta, ela não gosta de mim
Eu pensei:
A vida não presta, ela não gosta de mim.


Pois é, amigos do Sonhos e Clichês. A vida é feita também de grandes relatos sobre coisas pequenas e grotescas. Nem tudo que a gente faz e sente pode ser epopéico. Aliás, poucas coisas o são. Na maioria das vezes nos vemos envolvidos em situações ridículas, medos descabidos e nos sentimos de tal forma diminuídos perante o mundo, que necessária se faz uma forma de exteriorizar isso. Eu, que nunca fui um poço de auto-estima e confiança em mim mesmo ("Eu que sempre sonhei, mas não acreditei muito em mim" - Você, Tim Maia) venho progredindo bastante nesse sentido nos últimos tempos. Na verdade, passei a me achar um cara bacana. E fui, assim, deixando pra trás aquele rancor e aquele cagaço que eu tinha diante das coisas da vida. Em outras palavras, eu fui me desvencilhando do meu passado, das minhas frustrações, das minhas lembranças ruins. Ainda que fizesse isso me apoiando em amigos e nunca num amor verdadeiro. Ainda que me sinta solitário e um pouco "loser" às vezes. Ainda que tenha lá minhas recaídas e fique perguntando a mim mesmo se não sou um bosta. Ainda que, como disse o rapaz na canção, eu só ande a pé enquanto ela prefere um cara "bobo, bonzinho e que tenha carro" - e, no meu caso, só faltaria ter carro mesmo.


Mas o negócio é que no mundo não existem só pessoas motorizadas. Eu já tive grande raiva de certas futilidades femininas, até porque fui criado com valores bem específicos. Hoje em dia, eu vejo que a mentalidade das pessoas pode mudar e que por isso não devo mais questionar certas coisas. Que, afinal de contas, a gente sempre pode descobrir uma nova faceta dentro de cada pessoa e uma forma de quebrar a auto-confiança dela, se isso for necessário. O que quero dizer é que todo mundo tem seu lado "loser". Mesmo a líder de torcida do filme americano clichê pode ser uma maria-ninguém aos olhos de alguém, como efetivamente acontece no "Beleza Americana". E, porra, mesmo não sendo um cara muito popular, eu sempre pude cativar uma ou outra pessoa e construir amizades sinceras e desinteressadas. Isso conta um bocado.


"Estou cansado de bater/ E ninguém abrir/ Você me deixou sentindo tanto/ Frio/ Não sei mais o que dizer..."


E por falar em músicas loser, lembro-me da Legião. Nesses dias em Bauru, tive a chance de ouvir novamente o "As Quatro Estações", pertencente ao André Diniz e que embalou meus primeiros dias na terra do sanduíche. Quatro anos depois, algumas coisas ainda ecoam na minha cabeça, alguns versos das músicas que poderiam muito bem ser versos meus dos primeiros poemas escritos na época das descobertas. Impressionante mesmo o poder de identificação que as músicas do Renato Russo exerce sobre as pessoas.

Eu era um lobisomem juvenil

(Letra: Renato Russo - Música: Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonfá)


Luz e sentido e palavra
Palavra é que o coração não pensa
Ontem faltou água
Anteontem faltou luz
Teve torcida gritando quando a luz voltou
Não falo como você fala
Mas vejo bem o que você me diz
Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo
Prefiro acreditar no mundo do meu jeito
E você estava esperando voar
Mas como chegar até as nuvens com os pés no chão?
O que sinto muitas vezes faz sentido
E outras vezes não descubro o motivo
Que me explique porque é que não consigo
Ver sentido no que sinto, o que procuro
O que desejo e o que faz parte do meu mundo
O arco-íris tem sete cores
E fui juiz supremo
Vai, vem embora
Volta
Todos tem, todos tem suas próprias razões
Qual foi a semente que você plantou?
Tudo acontece ao mesmo tempo
Nem eu mesmo sei direito o que está acontecendo
E daí, de hoje em diante
Todo dia vai ser o dia mais importante
Se você quiser alguém pra ser só seu
É só não se esquecer: estarei aqui
Se você quiser alguém pra ser só seu
É só não se esquecer: estarei aqui
Não digo nada, espero o vendaval passar
Por enquanto eu não sei
O que você me falou me fez rir e pensar
Porque estou tão preocupado por estar tão preocupado assim?
Mesmo se eu cantasse todas as canções
Todas as canções, todas as canções
Todas as canções do mundo
Sou bicho do mato mas...
Se você quiser alguém pra ser só seu
É só não se esquecer: estarei aqui
Ou então não terá jamais a chave do meu coração.
Do regresso a Bauru trago a sensação de que a coisa realmente passou. Me senti, apesar de rever os amigos que ainda estão por lá, muito perdido dentro do tempo e do espaço. Além de remexer em feridas antigas, senti que não faço mais parte daquele universo. E a placa em homenagem aos fomandos de Jornalismo 2005, na qual está meu nome, junto ao Departamento de Comunicação, indica realmente que eu efetivamente faço parte do passado da Unesp. É um pouco doloroso pensar nisso tudo, ainda mais eu, que sou um saudosista filho da puta. Bom, o tempo passou mesmo e agora é partir pra outras. Embora a gente sempre dê uma olhadinha pra trás.
E bem ou mal, ainda tenho vínculos com Bauru e com meu passado.
Post longo do caraio. Estou de volta.

domingo, março 19, 2006

Bienal-nal-nal

Primeiro foi o choque de descobrir que a Bienal é de dois em dois anos. OK, eu não me preocupo muito em observar a porcaria da etimologia das palavras. Pobrema é meu.


Depois uma constatação frustrante: é mais legal ir nesses eventos quando você tem dinheiro pra gastar neles. Principalmente pelo fato de que você será obrigado a observar rancorosamente as pessoas saindo de lá com dois ou três livros debaixo do braço - ainda que sejam livros do tipo "Quem furunfou no meu quijo?" ou o da Bruna Surfistinha - e você com um dicionário de bolso furreca de espanhol-português (ainda estou estupefato por descobrir que justo em espanhol se escreve justo e economista é economista mesmo) no qual pagou apenas três reais.


Bom, apesar de tudo, não quis sair de mãos abanando de lá e, diante da impossibilidade monetária de adquirir o "Ensaio sobre a cegueira" (do Saramago-Parágrafos-Pra-Quê?) , comprei o "Memória de minhas putas tristes", do sempre respeitável Gabriel Garcia Márquez. Paguei 15 contos, o que julguei um preço razoável (a média de preço de livros bons ali era de 40, 50 reais). Chuva, chuva e mais chuva na ida. Um guarda-chuva dividido com meu amigo Pedro e a promessa de casamento até o fim do ano. Fabiana e Arcanjo Miguel serão os padrinhos. Olhaaaaaaaaaa...


Na verdade nos divertimos bastante e eu já decidi: vou virar puto, escrever um livro sobre minhas peripécias depois e encher meu rabo de dinheiro - de forma ainda mais eficaz que Saramagos e Garcia Márquez da vida. Abaixo, fotos da presepada toda:



PH, yo e Jú alegres e felizes no meio do povo.

Miguel, Fabi, Pedlo (da esquelda pla dileita) e agachado todo mininão está o Lafael.
E aí estamos nós de novo, posando em frente a um ícone do sistema capitalista-imperialista brasileiro (segundo teoria minha).
Com o Abominável Homem das Neves.

sexta-feira, março 17, 2006

Happy Hour

Tomando chopp depois do serviço. Como de costume, se gabando das mulheres e dos clientes que tinham fodido.

- Pois é rapaz, mas você não sabe o que constava nos autos...

- Olha Meirelles, cansei de falar nessa porra desse processo. Vamos falar de coisas amenas. Lembrei aqui de uma puta coisa que me aconteceu. Cê lembra daquela vez na sexta série quando prendi meu pau na braguilha da calça?

- E como não ia me lembrar? Foi uma das coisas mais bizarras que vi na vida. Você praticamente operou a fimose sozinho naquele dia.

Gargalhadas.

- Pois é. E naquele dia passei com um velho urologista, um judeu conhecido do meu pai. Um cara muito simpático e tal. Tempos depois, estudei no Sion com uma filha dele. Gatíssima cara, você precisava ver. A gente tinha uns 14, 15 anos e ficávamos nos pegando pelos cantos do colégio. Pô, eu era novinho e tal, mas rolava a mão naquilo, aquilo na mão, uma coisa maluca...

- É... nem me fale! Bons tempos aqueles de moleque. Mas e aí? O que que tem a ver?

- Tem a ver que encontrei a "menina" ontem. Ela me procurou. Está se divorciando do marido, urologista também.

- Também? Caralho, essa família gosta de um caralho!

Gargalhadas novamente.

- É cara, parece que o sujeito é uma espécie de pupilo do pai dela. Hoje ele é sócio do velho no consultório. E pude ver de cara que o judeuzão forçou a barra pra casar a filha com o figura.

- Hum... mas e a menina? Ela te reconheceu?

- Aí é que está. Ela lembrou dos tempos de colégio e, como precisava mesmo de um advogado, já veio direto atrás de mim...

- Rá! Não acredito!

- Cara, ela entrou no escritório, conversamos um pouco e convidei-a para jantar. Para discutirmos o processo de separação, etc e tal. Bom, obviamente que falamos uns cinco minutos sobre ela e o marido médico. Um cornão transtornado obssessivo-compulsivo, pelo que pude entender. Logo depois a gente ficou lembrando os tempos de Sion, tomando uns drinques... Uma coisa leva a outra...

- E?

- E... esticamos num motel.

- Rá! Você é foda...

- Mas é fogosa a menina, hein? Me deu a maior canseira. Confesso que há tempos não tinha uma relação tão boa.

- Se a tua mulher descobre...

- Descobre nada. Se descobrir também, foda-se. Ela não se estressa, se estressar eu pago uma massagista pra desestressar ela. Garçom, traz outro aí, faz favor!

- Mas e aí? Você abraçou mesmo o processo de divórcio?

- Abracei, cara. O pior é que ela quer foder o marido. Quer arrancar uma grana violenta do cara. Pensa até em forjar um flagrante de adultério pra esfolar o coitado. Sabe como é, né? O cara é judeu também, a família tem uma fortuna.

- Tá, mas como ela vai forjar um flagrante? O cara chifra ela mesmo?

- Nada. O cara é um caxias. Vive para os pintos. Ela disse que ele sempre a tratou bem, dava tudo que ela queria. Só não comparecia ali debaixo dos lençóis, não sei se você me entende...

- É, vai ver que os objetos de trabalho dele mexeram com a cabeça do coitado...

- Enfim, o fato foi que a mulher ficou de saco cheio dele e começaram a brigar. E o cara começou a entrar em depressão, trabalhar demais e implicar com qualquer coisa errada que visse. E, o que a deixou puta: começou a segurar a grana. Bloqueou cartões de crédito. Mudou radicalmente de comportamento.

- Hum... ela faz o tipo mercenária...

- Ela foi procurar o pai, mas o velho não quis nem saber. Aliás, parece que eles andaram brigados também... Então ela começou a botar chifre no marido.

- E agora quer se separar...

- É.

- Hum... só não entendi esse lance de forjar o adultério... Como ela pretende fazer isso?

- Ela cismou que tem uma amiga por quem o marido nutre uma paixão enrustida. E ela disse que tá disposta a pagar essa amiga pra ir lá dar pra ele e filmar tudo. Um lance meio de novela das oito... Eu fiz minhas observações éticas, mas a mulher é meio doida, desequilibrada...

- Observações éticas? Você?

- Porra, Meirelles! (Risos) Tô falando sério!


Minutos depois os dois advogados, embriagados, deixam o bar. Chegando em casa, Carlos Alberto Lagos encontra a mulher sentada na sala de estar, tomando uma dose de uísque.

- Uma cliente sua ligou. Deixou o número, pediu pra você retornar assim que possível. Parece que ela está desistindo de se divorciar do marido, ou algo assim...

***
Carlos tentou dormir, mas uma dor horrível no pênis o impediu. Foi ao banheiro, tentou urinar, mas a dor tornou insuportável o ato. Pensou que a dor poderia ser resultado das muitas horas seguidas de sexo praticadas no dia anterior. Voltou para a cama e ali ficou rolando durante horas. A mulher, ao seu lado, dormia um sono de pedra.
Acordou no dia seguinte e a dor não havia passado. Iria ao urologista. No bolso do paletó estava um cartão com o endereço de um certo urologista, dado por uma certa ex-cliente e amante. Um médico de sobrenome judeu, de quem essa mulher pretendera se separar. Carlos sorria maliciosamente e pensava na ironia da vida quando discou o número do consultório. Marcou consulta para o fim da tarde daquele dia.
-----------------------------------------------------------------------------------------------

terça-feira, março 07, 2006

Formatura

Bauru

Quatro anos de profundo amadurecimento. Alguns amores. Algumas frustrações. Festas, bebedeiras, quilos perdidos, amizades feitas e desfeitas (e reatadas e nunca alcançadas), cansaço, saudades da família, momentos de euforia alternados com momentos de depressão, ressaca alternada com porre.

Nesse meio tempo, escrevi um diário na internet: o meu blog. Eu era um guri desconfiado quando parti pra Bauru de mala e cuia pra cursar Jornalismo na Unesp. Voltei agora, feliz e com uma carga de sabedoria maior. Aprendi. Uma parte da estrada percorrida com alegria, apesar dos dilemas existenciais e dos momentos de solidão. Poesia de uma "Cidade Encantada".

O TCC: um mero "detalhe protocolar", como disse bondosamente o Sr. Prof. Dr. Dino Magnoni, paraninfo da Turma de Jornalismo Unesp 2005 Noturno. Acabou. Considero-me formado. Jornalista mesmo ainda não me considero. A coisa não é tão simples. A deliciosidade da vida está na incerteza, aprendi. Ou melhor, estou aprendendo.


***
A Festa
Agradeço aos meus amigos. Pela primeira vez na vida me senti o centro de todas as atenções. Como não estou acostumado com isso, me incomodei um pouco, a princípio. Mas depois senti-me feliz e privilegiado por ter ao meu lado amigos tão queridos, felizes com a minha felicidade. E reconheço o esforço de alguns, que enfrentaram 4 horas de estrada dentro de um ônibus, gastaram uma quantia considerável e alteraram suas rotinas de trabalho só pra ir passar calor numa cidade tediosa do interior. Claro que compensamos isso enchendo a cara, mas mesmo assim é uma atenção que tiveram comigo que jamais esquecerei.
A festa foi boa. Um Jantar de Gala na sexta, após a Colação (da qual não participei), no qual pude rever amigos de sala e me ver, pela primeira vez na vida, dentro de um terno. No dia seguinte, o Baile. Danças tradicionais, corujice dos meus familiares e amigos, enfim, aquele ritual todo. Depois não lembro mais nada, porque enchi a cara de uísque (valeu por levar o Johnnie pra festa, Cirilo!) e cerveja. Enfim, palavras me faltam. Vamos para as fotos.

Preparado para fortes emoções

Papai, um pândego!

Mamãe e eu no rastapé: eu já tava para lá de Bagdá a essa altura.

Fábio e Júlia: meu irmão e minha prima, queridos.

Galera animada: Wellington (o cabeludo com cara de modelo), André Diniz (de camisa azul), Camila (agachada, ao lado do Wellington), Pedro (o boca aberta), Liliane e Cirilo.

E é isso. Para a história.